Uncategorized

Empresas que sonham grande investem em diversidade: o case da Movile

Fundadora e CEO da Blend Edu, startup que já tem em seu portfólio empresas como 3M, TIM, Reserva, Movile, Grupo Fleury, TechnipFMC, Prumo Logística, brMalls etc. Thalita também está presente na lista da Forbes Under 30 de 2019, como uma dos 6 jovens destaques na categoria Terceiro Setor e Empreendedorismo Social.

Compartilhar:

“Nosso sonho é fazer a vida de 1 bilhão de pessoas melhor”. Essa foi uma das primeiras frases que ouvi ao entrar na [Movile](https://movile.com/#/), enquanto me deparava com um espaço de trabalho lúdico, inovador e cheios de sonhos (coletivos e individuais) na parede.

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/1c78a206-1d35-40b4-8463-ea92af31bbaf.png)

Ao falarmos na Movile, nem todas as pessoas imediatamente imaginam o quanto ela está inserida no nosso dia a dia. Dentre seus pilares de produtos voltados para Food, Tickets, Education & Services, encontramos dentro do grupo produtos como o iFood, Sympla, PlayKids, Zoop, dentre outros. Isso é um dos (muitos) fatores que faz com que ela tenha sido a 3ª empresa mais desejada pelos brasileiros, segundo o [LinkedIn Top Companies 2019.](https://materiais.movile.com/grupo-movile)

Em 2019, a [Blend Edu](http://www.blend-edu.com/) teve a incrível oportunidade de desenhar uma parceria estratégica com essa empresa líder em líder em marketplaces móveis,tendo como objetivo apoiar a implementação das ações do _Respect_, seu programa de diversidade e inclusão. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/eb63b38f-a6b7-437b-bdf0-084799eea77b.png)

Apesar de eu (enquanto especialista em diversidade) estar acostumada a interagir com empresas de diferentes setores, tamanhos e tempo de mercado, com a equipe da **_Movile_** a troca foi ainda mais especial: aconteceu um _fit_ automático no estilo de trabalho, tendo uma abordagem dinâmica, digital, ágil, inovadora e repleto de propósito. Me deparei com uma alta liderança engajada, disposta a aprender e fazer o tema avançar de maneira acelerada. 

A seriedade com que a equipe estruturou o programa e tem conduzido a as ações de diversidade, fez com que eu resolvesse escrever a coluna deste mês abordando o case da empresa. 

Entrevistei a **Natalia Zeferino**, gerente de gente da Holding, responsável por Comunicação Interna, Cultura, Eventos, Design e Projetos de Diversidade, e a **Débora Nunes**, uma das líderes do Respect e responsáveis pela Fundação 1Bi (instituição social que tem o objetivo de usar a tecnologia para promover oportunidades para os jovens) para entender os pontos centrais no desenho da estratégia do Respect.

Entrevista 
———–

_1. Muitas pessoas (ainda) acham que diversidade deve ser apenas uma preocupação de empresas muito grandes e tradicionais. Por que este tema emergiu como um assunto estratégico dentro da cultura organizacional da Movile? Vocês acreditam que diversidade deve ser um assunto endereçado por startups, scaleups e unicórnios?_

No Grupo Movile temos o sonho de impactar a vida de 1 bilhão de pessoas e sabemos da nossa responsabilidade com a sociedade. Assim, precisamos trabalhar diversidade e inclusão por uma questão ética. Sabemos ainda que **diversidade traz mais inovação e resultados**, dois valores da nossa cultura. E esses dois aspectos, ética e inovação, precisam estar presentes no ecossistema de tecnologia, e startups precisam trabalhar diversidade e inclusão.

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/c12c1fb6-d691-4473-a64c-1204dddc894a.png)

_2. Como foi realizado a estruturação do programa Respect, para promoção da diversidade da Movile? Quais pessoas participaram do grupo de trabalho desse desenho e quais etapas foram realizadas?_

O Respect já existe há alguns anos como uma iniciativa espontânea de pessoas do Grupo Movile. Inicialmente, o grupo realizava ações pontuais de sensibilização sobre diversidade e no início deste ano reestruturamos o Respect para termos ações com mais resultado e alinhadas com a nossa meta institucional de diversidade. Primeiramente, dividimos o grupo em 4 áreas, de acordo com o nosso foco de diversidade: **gênero, etnia, LGBTI+ e PCD.** 

Abrimos inscrições para pessoas interessadas em liderar essas frentes enviarem propostas e selecionamos a liderança. Hoje o grupo tem uma líder geral e quatro pessoas responsáveis pelas vertentes de diversidade. A liderança é responsável por criar um calendário de ações, engajar as pessoas e gerenciar o subgrupo. O Respect responde para a área de cultura da Movile, que orienta e apoia as ações do grupo.

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/323462af-2eeb-4d06-b2d0-bc582cbe5fb2.png)

_3. Quais dimensões / pilares da diversidade foram priorizados nesse primeiro momento?_

Fizemos uma pesquisa e identificamos quais eram as nossas principais dores, tanto em relação à quantidade, como pontos de atenção nas perguntas qualitativas. Por isso, nesse momento optamos em direcionar os esforços em 4 grupos: gênero, etnia, PCD e LGBTI+.

_4. Ao longo da fase de ideação e brainstorming realizado de forma colaborativa, vocês (inicialmente) agruparam as ações planejadas para 2019 em quais “categorias”?_

Para iniciar, fizemos uma pesquisa totalmente anônima e não obrigatória para entender nossa demografia e onde tínhamos que atuar. A partir disso, criamos planos personalizados para cada empresa do Grupo Movile que envolvem: **treinamentos, comunicação inclusiva, ações de cultura, iniciativas de recrutamento, análise de benefícios e infraestrutura.**_
![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/53786ce1-43ca-4638-813c-d011918cf928.png)_

_5. Qual a importância do apoio e envolvimento do c-level na construção deste programa de diversidade?_

Uma das essências da liderança é o exemplo. O time de C-level é o principal espelho para as demais pessoas do Grupo, portanto ele é um agente de mudança direto e com alto impacto. Se as pessoas verem que a(o) líder está fazendo, elas/eles percebem que realmente a instituição está agindo sobre o tema, estimulando a ação individual de cada um.

_6. Vocês chegaram a optar pelo estabelecimento de metas de diversidade neste primeiro momento?_

Sim! **A meta foi um início necessário para começar uma movimentação institucional**, pois vimos que a forma orgânica não estava caminhando como gostaríamos. Diversidade, portanto, entrou em um dos nossos valores, Gente, foi desdobrado em comportamento e as pessoas serão avaliadas neste tópico também. Atualizamos nosso código de ética e virou uma meta estratégica no painel do Grupo Movile para reforçarmos esse mindset de diversidade dentro das nossas empresas.

_7. Cada empresa do grupo Movile tem uma realidade distinta e específica (ex: iFood, Sympla, PlayKids, Zoop, etc.). Como vocês têm planejado o desdobramento desta estratégia corporativa, para que ela seja implementada nas diferentes unidades de negócio?_

Nesse caso, existem 2 pontos. A meta de diversidade é para o Grupo, então todas as empresas estão envolvidas nesse reforço, o que ajuda nas priorizações e alinhamentos. Além disso, algumas ações são direcionadas para cada unidade de negócio. Todo mês é feito um encontro para ver o andamento das iniciativas e os dados. 

_8._ _Qual a relevância de uma estratégia educacional (de treinamento e sensibilização) para trabalhar o tema internamente? Diante disso, como vocês desenharam a estratégia educacional para o tema de diversidade e quais grupos foram priorizados nessa primeira fase e por quê?_

Quando traçamos a nossa estratégia de diversidade e inclusão, colocamos como primeira etapa a sensibilização das pessoas sobre o tema. No geral, as pessoas do Grupo Movile já perceberam a importância do assunto, por influência da nossa liderança, mas não sabem por onde começar. 

É necessário, assim, desmistificar o tema e mostrar como as pessoas podem agir para tornar a Movile mais diversa. Selecionamos que o público dos primeiros treinamentos seriam **as pessoas responsáveis por recrutar** e por acompanhar a jornada dos colaboradores. Ou seja, recrutadores (as), BPs, middle management e C-Level. Além disso, proporcionamos um treinamento geral sobre **viés inconsciente** para todas as empresas do Grupo.

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/a42c13b9-4b0b-414f-aeef-3af0297e7184.png)RODA DE CONVERSA QUE ACONTECEU DURANTE O TREINAMENTO DA BLEND EDU PARA O RH

_9. Qual dica vocês – da Movile – dariam para outras empresas pensando em iniciar essa jornada em prol da diversidade?_

Gostamos muito da frase do Scott Cook (fundador do Intuit) que aprendemos durante um dos treinamentos da [Blend Edu](https://www.blend-edu.com/treinamento-de-diversidade): **”Empatizar não é simplesmente calçar o sapato dos outros. Primeiro temos que tirar os nossos próprios sapatos”.** Tudo isso para falar que: estejam abertos(as), pratiquem a empatia, garantam o apoio da liderança, entendam que diversidade é uma iniciativa de todas(os) e não só do RH ou da Diretoria e é uma constante aprendizagem. 

![](https://revista-hsm-public.s3.amazonaws.com/uploads/ac5b5dff-92d5-4f5a-a3d1-075c751c5985.png)Treinamento para a liderança, realizado pela Blend Edu.

Conteúdo produzido em colaboração entre a [Revista HSM Management](https://revistahsm.com.br/)e a [Blend Edu](http://www.blend-edu.com/), startup referência no desenvolvimento de treinamentos e experiências educacionais sobre diversidade nas empresas.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Calendário

Não, o ano ainda não acabou!

Em meio à letargia de fim de ano, um chamado à consciência: os últimos dias de 2024 são uma oportunidade valiosa de ressignificar trajetórias e construir propósito.

Empreendedorismo
Um guia para a liderança se antecipar às consequências não intencionais de suas decisões

Lilian Cruz e Andréa Dietrich

4 min de leitura
ESG
Entre nós e o futuro desejado, está a habilidade de tecer cada nó de um intricado tapete que une regeneração, adaptação e compromisso climático — uma jornada que vai de Baku a Belém, com a Amazônia como palco central de um novo sistema econômico sustentável.

Bruna Rezende

5 min de leitura
ESG
Crescimento de reclamações à ANS reflete crise na saúde suplementar, impulsionada por reajustes abusivos e falta de transparência nos planos de saúde. Empresas enfrentam desafios para equilibrar custos e atender colaboradores. Soluções como auditorias, BI e humanização do atendimento surgem como alternativas para melhorar a experiência dos beneficiários e promover sustentabilidade no setor.
4 min de leitura
Finanças
Brasil enfrenta aumento de fraudes telefônicas, levando Anatel a adotar medidas rigorosas para proteger consumidores e empresas, enquanto organizações investem em tecnologia para garantir segurança, transparência e uma comunicação mais eficiente e personalizada.

Fábio Toledo

4 min de leitura
Finanças
A recente vitória de Donald Trump nos EUA reaviva o debate sobre o protecionismo, colocando em risco o acesso do Brasil ao segundo maior destino de suas exportações. Porém, o país ainda não está preparado para enfrentar esse cenário. Sua grande vulnerabilidade está na dependência de um número restrito de mercados e produtos primários, com pouca diversificação e investimentos em inovação.

Rui Rocha

0 min de leitura
Finanças
O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Fábio Duran

3 min de leitura
Empreendedorismo
Trazer os homens para a discussão, investir em ações mais intencionais e implementar a licença-paternidade estendida obrigatória são boas possibilidades.

Renata Baccarat

4 min de leitura
Uncategorized
Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Ivan Cruz

4 min de leitura
Tecnologias exponenciais
A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Edmee Moreira

4 min de leitura
ESG
A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Ana Carolina Peuker

4 min de leitura