Liderança

Liderança em tempos de Covid-19: #ComoSeAdaptar?

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.
Viviane Mansi é executiva da Toyota e da Fundação Toyota do Brasil, conselheira e professora. Participou da COP27, em novembro de 2022.

Compartilhar:

Toda grande crise traz consigo uma quantidade de aprendizados, umas dores e umas cicatrizes. Estamos diante de um evento global que trará impactos que ainda nem conseguimos direito quantificar. Porém, tem algo “da ordem do dia” que podemos estar atentos para gerenciar os efeitos imediatos dessas transformações que estamos vivendo. 

Estou trabalhando de casa faz 12 dias. Saí duas vezes para levar comida para os meus pais. Pensei até que eu conseguiria deixar uns artigos adiantados, fechar o projeto de um livro, diminuir um pouco a quantidade de e-mails na minha caixa postal. **Nem preciso dizer que a realidade é bem diferente da expectativa.** Divido o período de trabalho (que está mais intenso) com a rotina remota da escola do meu filho, a arrumação da casa e outras tantas coisas que não faziam parte do meu dia-a-dia. 

No terceiro dia eu estava absolutamente exausta. Passado o ajuste do corpo e da mente, as coisas melhoraram muito. Não tem receita de bolo: cada um vai encontrando uma maneira de se ajustar. Aliás, ajuste necessário, pois muitos de nós fazem parte do privilegiado grupo que pode trabalhar de casa. Fiquemos em casa, portanto, até por respeito a tanta gente que não tem escolha e precisa sair pra trabalhar. 

Como esta coluna diz respeito a práticas de liderança, a seguir listo alguns aprendizados desse período em casa que podem ser úteis:

– As pessoas, quando não estão juntas, demandam mais comunicação. Esteja disponível para conversar e ajustar as necessidades do seu time;

– Comunicação tem _timing_. Tem coisas que precisamos dizer logo para as pessoas estarem tranquilas. E tenha em mente que a informação viaja rápido. Não deixe seu time saber de decisões críticas por terceiros;

– Quem não era digital está se tornando digital. Alguns tiram de letra. Outros, precisam de um pouco de paciência. Olha que chance maravilhosa de demonstrarmos empatia;

– Dê uma direção clara sobre o que espera das pessoas, até para entender se todo mundo realmente consegue seguir um ritmo como aquele que estabeleceu na empresa. Muita gente está acumulando funções domésticas e parentais;

– Deixa pra lá as piadinhas sobre quantos casamentos vão sobrar depois disso tudo. Em vez disso, vai lá e ajuda. Aproveite para estar junto, dividir o ônus e o bônus da casa e dos filhos. 

– Pense em novos “ritos”. Tenho recebido um bocado de iniciativas bacanas de empresas que estão criando mais fóruns de conversa, novas formas de estar perto. Isso também é um jeito de demonstrar que nós nos importamos com as pessoas que estão conosco. 

Além dessas questões de ordem prática, refletir sobre **o que é produtividade também é importante.** Percebo que estamos criando um contingente de pessoas ansiosas, aflitas e se sentindo incapazes de _“performar bem”_ por conta de tantas outras coisas que estão sendo obrigadas a fazer ao mesmo tempo.  No entanto, produtividade boa é aquela do longo prazo, não só a que aconteceu no final do dia de hoje. Então, #pegaleve.

E por último, mas não menos importante, cuide de você. Tente reorganizar uma rotina (de meditação, de exercícios ou da sua prática de “centramento” preferida). Se a gente não está bem com a gente, não tem como estar bem com os outros. 

Isso tudo uma hora passa (que seja rápido). Até lá, sugiro fazer o de sempre: #vaicomtudo, mas #vaicomamor.

Compartilhar:

__Viviane Mansi__ é executiva, conselheira e professora. Está atualmente na Diageo e passou por empresas como Toyota, GE, Votorantim e MSD. É coautora de Emoção e Comunicação – Reflexão para humanização das relações de trabalho.

Artigos relacionados

Mercado de RevOps desponta e se destaca com crescimento acima da média 

O Revenue Operations (RevOps) está em franca expansão global, com estimativa de que 75% das empresas o adotarão até 2025. No Brasil, empresas líderes, como a 8D Hubify, já ultrapassaram as expectativas, mais que dobrando o faturamento e triplicando o lucro ao integrar marketing, vendas e sucesso do cliente. A Inteligência Artificial é peça-chave nessa transformação, automatizando interações para maior personalização e eficiência.

Uso de PDI tem sido negligenciado nas companhias

Apesar de ser uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de colaboradores, o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) vem sendo negligenciado por empresas no Brasil. Pesquisa da Mereo mostra que apenas 60% das companhias avaliadas possuem PDIs cadastrados, com queda no engajamento de 2022 para 2023.

Regulamentação da IA: Como empresas podem conciliar responsabilidades éticas e inovação? 

A inteligência artificial (IA) está revolucionando o mundo dos negócios, mas seu avanço rápido exige uma discussão sobre regulamentação. Enquanto a Europa avança com regras para garantir benefícios éticos, os EUA priorizam a liberdade econômica. No Brasil, startups e empresas se mobilizam para aproveitar as vantagens competitivas da IA, mas aguardam um marco legal claro.

Governança estratégica: a gestão de riscos psicossociais integrada à performance corporativa

A gestão de riscos psicossociais ganha espaço nos conselhos, impulsionada por perdas estimadas em US$ 3 trilhões ao ano. No Brasil, a atualização da NR1 exige que empresas avaliem e gerenciem sistematicamente esses riscos. Essa mudança reflete o reconhecimento de que funcionários saudáveis são mais produtivos, com estudos mostrando retornos de até R$ 4 para cada R$ 1 investido

Liderança
Ascender ao C-level exige mais que habilidades técnicas: é preciso visão estratégica, resiliência, uma rede de relacionamentos sólida e comunicação eficaz para inspirar equipes e enfrentar os desafios de liderança com sucesso.

Claudia Elisa Soares

6 min de leitura
Diversidade, ESG
Enquanto a diversidade se torna uma vantagem competitiva, o reexame das políticas de DEI pelas corporações reflete tanto desafios econômicos quanto uma busca por práticas mais autênticas e eficazes

Darcio Zarpellon

8 min de leitura
Liderança
E se o verdadeiro poder da sua equipe só aparecer quando o líder estiver fora do jogo?

Lilian Cruz

3 min de leitura
ESG
Cada vez mais palavras de ordem, imperativos e até descontrole tomam contam do dia-dia. Nesse costume, poucos silêncios são entendidos como necessários e são até mal vistos. Mas, se todos falam, no fim, quem é que está escutando?

Renata Schiavone

4 min de leitura
Finanças
O primeiro semestre de 2024 trouxe uma retomada no crédito imobiliário, impulsionando o consumo e apontando um aumento no apetite das empresas por crédito. A educação empreendedora surge como um catalisador para o desenvolvimento de startups, com foco em inovação e apoio de mentorias.

João Boos

6 min de leitura
Cultura organizacional, Empreendedorismo
A ilusão da disponibilidade: como a pressão por respostas imediatas e a sensação de conexão contínua prejudicam a produtividade e o bem-estar nas equipes, além de minar a inovação nas organizações modernas.

Dorly

6 min de leitura
ESG
No texto deste mês do colunista Djalma Scartezini, o COO da Egalite escreve sobre os desafios profundos, tanto à saúde mental quanto à produtividade no trabalho, que a dor crônica proporciona. Destacando que empresas e gestores precisam adotar políticas de inclusão que levem em conta as limitações físicas e os altos custos associados ao tratamento, garantindo uma verdadeira equidade no ambiente corporativo.

Djalma Scartezini

4 min de leitura
Gestão de Pessoas
A adoção de políticas de compliance que integram diretrizes claras de inclusão e equidade racial é fundamental para garantir práticas empresariais que vão além do discurso, criando um ambiente corporativo verdadeiramente inclusivo, transparente e em conformidade com a legislação vigente.

Beatriz da Silveira

4 min de leitura
Inovação, Empreendedorismo
Linhas de financiamento para inovação podem ser uma ferramenta essencial para impulsionar o crescimento das empresas sem comprometer sua saúde financeira, especialmente quando associadas a projetos que trazem eficiência, competitividade e pioneirismo ao setor

Eline Casasola

4 min de leitura