Estratégia e Execução

O perigo do Ex

pesquisa da Mit sloan school revela uma guerra oculta de talentos, na qual, se seu cliente contratar um ex-funcionário de seu concorrente, você estará em maus lençóis.

Compartilhar:

Muitas empresas já descobriram que é bom manter um relacionamento com seus ex-colaboradores. Algumas até organizam redes e reuniões periódicas com eles – e sabem que isso é especialmente importante quando esses “ex” passam a trabalhar para um concorrente. Só que ninguém dá bola aos ex-funcionários de um concorrente, certo? Sim, mas deveria dar. Uma pesquisa de Seth Carnahan e Deepak Somaya, da MIT Sloan School of Management, publicada recentemente no Academy of Management Journal, revelou que mapear onde estão os ex-colaboradores de seus concorrentes é muito importante. 

“As empresas pensam que os ex-funcionários de seus concorrentes não podem afetar seus negócios, mas podem”, afirmam os pesquisadores. Para eles, há uma guerra oculta de talentos. Carnahan e Somaya estudaram escritórios de advocacia especializados em patentes que trabalham para grandes empresas de tecnologia listadas nas 500 da revista Fortune. 

E o que a dupla descobriu foi assustador: ex-colaboradores de empresas concorrentes podem prejudicar o relacionamento com os clientes. “Existe uma relação direta entre a quantidade de trabalho que um cliente passa para as empresas e a origem de seus colaboradores”, explicam. Isso significa que um ex-funcionário da concorrência representa uma queda na quantidade de serviço para você. 

A pesquisa mediu: a quantidade de trabalho de um escritório de advocacia para determinado cliente cai cerca de 11% para cada ex-funcionário da concorrência contratado. O número aumenta drasticamente quando os ex-colaboradores da concorrência estão mais próximos do poder: escritórios apresentaram queda de 50% no trabalho para determinado cliente assim que ex-colaboradores da concorrência se tornaram seus funcionários. 

O.k., você dirá, mas não há como arcar com o custo de business intelligence para mapear ex-funcionários alheios. Duas ações baratas podem ajudar, dizem os pesquisadores:

 •  Incumbir alguém de acompanhar a movimentação dos profissionais em publicações especializadas e redes sociais. 

•  Orientar que todos os funcionários fiquem atentos a essas movimentações nos clientes. Daí é só fazer um contra-ataque preventivo nos clientes.

Compartilhar:

Artigos relacionados

Quando a IA desafia o ESG: o dilema das lideranças na era algorítmica

A inteligência artificial está reconfigurando decisões empresariais e estruturas de poder. Sem governança estratégica, essa tecnologia pode colidir com os compromissos ambientais, sociais e éticos das organizações. Liderar com consciência é a nova fronteira da sustentabilidade corporativa.

Liderança
Por em prática nunca é um trabalho fácil, mas sempre é um reaprendizado. Hora de expor isso e fazer o que realmente importa.

Caroline Verre

5 min de leitura
Inovação
Segundo a Gartner, ferramentas low-code e no-code já respondem por 70% das análises de dados corporativos. Entenda como elas estão democratizando a inteligência estratégica e por que sua empresa não pode ficar de fora dessa revolução.

Lucas Oller

6 min de leitura
ESG
No ATD 2025, Harvard revelou: 95% dos empregadores valorizam microcertificações. Mesmo assim, o reskilling que realmente transforma exige 3 princípios urgentes. Descubra como evitar o 'caos das credenciais' e construir trilhas que movem negócios e carreiras.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Empreendedorismo
33 mil empresas japonesas ultrapassaram 100 anos com um segredo ignorado no Ocidente: compaixão gera mais longevidade que lucro máximo.

Poliana Abreu

6 min de leitura
Liderança
70% dos líderes não enxergam seus pontos cegos e as empresas pagam o preço. O antídoto? Autenticidade radical e 'Key People Impact' no lugar do controle tóxico

Poliana Abreu

7 min de leitura
Liderança
15 lições de liderança que Simone Biles ensinou no ATD 2025 sobre resiliência, autenticidade e como transformar pressão em excelência.

Caroline Verre

8 min de leitura
Liderança
Conheça 6 abordagens práticas para que sua aprendizagem se reconfigure da melhor forma

Carol Olinda

4 min de leitura
Cultura organizacional, Estratégia e execução
Lembra-se das Leis de Larman? As organizações tendem a se otimizar para não mudar; então, você precisa fazer esforços extras para escapar dessa armadilha. Os exemplos e as boas práticas deste artigo vão ajudar

Norberto Tomasini

4 min de leitura
Carreira, Cultura organizacional, Gestão de pessoas
A área de gestão de pessoas é uma das mais capacitadas para isso, como mostram suas iniciativas de cuidado. Mas precisam levar em conta quatro tipos de necessidades e assumir ao menos três papéis

Natalia Ubilla

3 min de leitura
Estratégia
Em um mercado onde a reputação é construída (ou desconstruída) em tempo real, não controlar sua própria narrativa é um risco que nenhum executivo pode se dar ao luxo de correr.

Bruna Lopes

7 min de leitura