Estratégia e Execução

Unindo tecnologia e agricultura na Índia

Portal da IESE, da Universidade de Navarra, conta como a startup Fruitfal está promovendo uma disrupção no setor agrícola indiano

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Depois de passar dez anos na Oracle e tendo atuado em startups como a Sling Media, pioneira no universo dos vídeos por streaming, Viresh Prashar aproveitou toda sua experiência para criar, em 2017, na Índia, a Fruitfal. A ideia foi conectar os agricultores diretamente ao comércio, por meio de plataformas online, eliminando os intermediários. 

“Minha família, tanto pelo lado do meu pai como da minha mãe, tem uma história rural”, conta Prashar em reportagem do portal da IESE, da Universidade de Navarra. Ele explica que o objetivo é contribuir para a luta dos agricultores, criando um negócio lucrativo que mantenha o impacto social.

A Índia possui cerca de 100 milhões de pequenos agricultores, trabalhando em propriedades que, em média, não ultrapassam o tamanho de dois hectares. Ao mesmo tempo, 95% do varejo no pais é controlado por micro e pequenos empreendedores. 

“Utilizamos a tecnologia da comunicação para organizar todos eles em uma única plataforma e dar aos agricultores acesso direto ao mercado, de modo que possam ser melhor remunerados”, explica Prashar. 

**POR DENTRO DO MERCADO**

A Fruitfal chegou para resolver uma necessidade real na Índia, um país em que os vegetais são amplamente consumidos e que não conta com grandes redes de supermercados.

Outro fator que contribui para o sucesso da Fruitfal é a crescente classe média indiana, que, cada vez mais, quer saber de onde vem frutas e legumes, como esses produtos são manuseados e quais são as condições de vida dos agricultores. 

Prashar destaca também que, diferentemente do que muita gente pode pensar, os indianos são ávidos usuários de tecnologia, o que abriu caminho para que uma solução baseada em tecnologia de ponta e aplicativos para celular chegasse a pequenos agricultores. O total de pessoas que utilizam smartphones é de aproximadamente 300 milhões e esse número deve dobrar nos próximos três a cinco anos. 

“Quando você tem 600 milhões de aparelhos conectados, possui a infraestrutura necessária para começar a alavancar os fluxos de informação”, constata o empreendedor, acrescentando que a tecnologia deve gerar um movimento disruptivo no setor. “Ao aumentar a capacidade de planejamento dos agricultores, em relação à demanda e aos preços, estamos mudando a dinâmica do mercado”, garante. 

A Fruitfal já trabalha com cerca de dez mil agricultores e está atraindo a atenção de grandes organizações, como o World Bank e a Syngenta Foundation.

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